O que vi...

A cada olhadela sua alma era mais bela. A cada gesto, olhar, mexer dos lábios (...) um novo encantamento. Algumas belezas só eram vistas no mergulhar profundo de seu ser. Não era acessível a todos. O que muitos viam não condizia com a realidade(o que é a verdade, meus queridos?). Era preciso transver. Por trás daquela carcaça dura havia tanta pureza (...). Mas, era preciso aproximar os ouvidos do coração para escutar. Quem olhava assim de relance, não podia admirar tamanha grandeza. Era preciso demorar um pouco mais. Os apetrechos e linguajar incomum confundiam os espectadores daquele show e por isso seguiam muitos sem entender o espetáculo daquela alma. Completamente absorta por aquele ser, vi sua luz resplandecer (ainda que denunciasse algumas trevas e falasse por vezes tonterías, o que eu via era sua luz). O colorido da vestimenta distraia para o arco-íris de sua alma. Mas, todo aquele que olhasse com um pouco mais de calma iria ver o que estou a contar. É preciso ampliar o olhar para enxergar as profundezas da alma. Há quem diga que só podemos ver a beleza que há em nós (não estou completamente convencida disso). O fato é que vi coisas que ninguém mais viu ou poucos enxergaram. Por isso que bato tanto na tecla de olhar além do óbvio. Se acaso ficasse presa na obviedade do que se vê sem analisar (e sentir, pois a alma sente, meus amigos), jamais poderia me encantar dessa forma com aquela beleza completamente fora dos padrões.
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Ana Paixão. Além, muito além da razão.

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