livrando-se dos lixos que não são seus.



Revirei o lixo
E ali vi coisas que pretendia guardar.
Peguei de volta o que joguei
E guardei, até estragar.
Nada que valia a pena,
Mas quando a alma está amargurada
Faz escolhas erradas.
Foi quando entendi a finalidade de tudo:
Nada daquilo era meu, mas criei como se fosse.
Então, me apeguei a uma realidade que não era a minha,
Com problemas e questões que não eram da minha conta.
Porém, naquela situação não queria ( ou não podia) perceber isso.
Mas, um dia, como quem desperta da ilusão,
peguei um saco plástico, depositei tudo o que não servia mais.
Olhei para ele com certa melancolia, pois, ainda que não fosse meu, me apeguei aquela bagunça e sujeira toda que adotei.
Me despedi, vi o caminhão de lixo e joguei o que não me pertencia, aliás, nunca me pertenceu.
Disse ao tempo: leve o que é seu e deixe apenas o que é meu.
Foi a partir desse dia que o sol começou a querer clarear meu dia.
O crescimento é lento e gradual, mas, se não desistir, será constante.

Ana Paixão, livrando-se dos lixos que não são seus.

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