Enquanto seguimos representando nossos papéis de vítima e
agressor, numa postura e olhar de vitimização dos acontecimentos, sem qualquer
protagonismo, sem tomar a parte que nos cabe no mal que fazemos a nós mesmos,
nada irá mudar.
Seguiremos na repetição dos padrões que representamos
roboticamente, tais como aprendidos, até o despertar da consciência para a
verdade interior que deve nos guiar. Porém, em meio ao barulho externo, não
temos tempo ou energia para procurar pelo silêncio interno.
Podemos fugir a vida inteira dessa busca pelo interior, mas
há um preço a ser pago por isso. Nada de errado em não estar pronto para ver a
verdade, cada um vai ao seu tempo. No entanto, sua mente não terá descanso
quando souber que existe uma alma dentro de você, que está aprisionada em algo
que não o representa.
A ignorância de que existe algo errado nos protege da
verdade. É por isso que muitas vezes evitamos contato com eventos, coisas e pessoas
que de alguma forma podem nos dar pistas de uma verdade. Qual verdade? Alguém a
detém? Não, mas se tomamos conhecimento de que ela existe dentro de nós, através
de alguém, esse alguém é um facilitador, talvez um guia ou mestre.
Todos aqueles que conheceram essa verdade interior da qual
falamos, percorreram o mesmo caminho que nos indicam fazer: o do
autoconhecimento.
Não que ao percorrermos esse caminho iremos encontrar
exatamente o que eles encontraram em sua busca, pois cada ser tem conteúdos únicos
dentro de si, uma história, ancestralidade, aprendizados distintos, enfim,
muitas coisas diferem nossas caminhadas.
Mas se existe algo em comum a todos que percorreram o caminho
da iluminação foi o autoconhecimento.
Estar na luz não significa não ver trevas, mas aprender a
amá-la e entender que existe um momento de transformação para todas as coisas e
não há exceção para essa lei natural.
Ocorre, porém, que estamos em momentos evolutivos distintos,
todos convivendo ao mesmo tempo: luz e sombra dançam juntas no baile da vida.
“Conhecer a si mesmo”, “amar ao outro como a nós mesmos”, “assim
na terra como no céu”, são exemplos de mandamentos que nos indicam um caminho:
o do autoconhecimento.
O céu somos nós em nós. Amar ao próximo como a nós mesmos
exige como consequência aprender a nos amar primeiro. Poucos de nós conseguimos
isso verdadeiramente é por esse motivo que o significado de AMOR é tão
distorcido, por total ignorância de nossa parte do que isso é em sua mais pura essência.
Aquele que não se ama, não pode conhecer o amor verdadeiro
pelo outro.
Há engano em nossas percepções, pois estamos em evolução. Não
há nada de errado nisso, está tudo bem que seja assim, cada um no seu ritmo,
sem pressa.
Apenas aqueles que podem entender compreenderão. Os que não
podem, continuarão em sua busca, por vezes em locais errados, com mapas que
indicam uma rota que não leva ao caminho, porém, cada um em seu tempo
encontrará o caminho.
Entender isso e deixar que todos sigam seus caminhos da sua
maneira é demonstrar o nosso próprio amadurecimento.
Sempre que pensar em interferir no processo de aprendizagem
do outro, volte para si mesmo e perceba se já aprendeu tudo o que precisa.
Toda vez que voltar para si mesmo irá esquecer o processo do outro,
pois até que atinja um nível de iluminação sequer imaginada por nós, sempre
haverá o que consertar em nós mesmo antes de olhar para os demais.
Volte-se sempre a si mesmo, há trabalho suficiente para
muito, muito e muito tempo.
Ana Paixão
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