CAVUCADAS DA VIDA



Não é tão simples colocar luz nas sombras mais intrínsecas da gente. 

Pode parecer poético escrever sobre o tema, mas é difícil vivenciá-lo.


Deparar-se com os seus defeitos e fraquezas desnuda-te, angustia e tira a calma.


Ninguém quer se ver sem máscaras. Elas adornam o escuro sombrio e secreto de nossa alma. 

É como olhar para um espelho e ver apenas a carne, sem pele. Isso assusta!


É dessa forma que olhamos para nossos traumas: assustados.


Ver a luz, após tormentoso período de trevas: cega os olhos. 

É por isso que corremos com medo de tudo que possa fazer brilhar o que há por dentro.


Cavucar nossas feridas é necessário para florescer ao amanhecer. A cada mexida na terra, uma esperança nasce.


Ninguém pode garantir que será fácil, menos ainda que o resultado é imediato.


Mas, quem já passou pelas cavucadas da vida, tem flores colhidas.


Negar a ancestralidade, fazendo de conta que não existe influencia sobre nós e nossos comportamentos é dar força para tudo aquilo que queremos rechaçar.


Quanto mais eu fujo de quem eu sou, de minha origem, sem apaziguar o meu querer com as experiências daqueles que vieram antes de mim, mais caminharei em direção daquilo que rejeito. 

Pois, negar é dar força!


Nesse caso, como resolver a questão? Cavucando, cavucando, cavucando...  

Olhar com carinho para aqueles que nos antecederam, desculpando-os por não terem feito melhor e perdoando-nos por culpá-los.


Essa não é uma receita de bolo, mas uma sugestão de como mudar padrões que carregamos, muitas vezes que nem nossos são, mas, por amor e por desejo de aproximação herdamos. 

Pois, tudo é uma questão de amor ou falta, presença ou ausência.


Uma ausência muito doída pode me fazer aproximar de alguém pelos motivos errados ou ter vícios para suprir essa falta. 

Não fazemos isso conscientes, mas por que nossa alma clama por preencher um vazio que ninguém entende, só quem sente sabe.

O fato de estarmos inconscientes não anula os efeitos gerados em nossas vidas.

Por isso, tomar consciência de si mesmo é o início dessa longa caminhada...


Lalloba


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