Já sofri, chorei e me reergui inúmeras vezes, incontáveis. Não
sou feita de aço, mas sei que sou forte. Porém, numas dessas desilusões da
vida, dessas dores mais doídas, que achamos não sermos capazes de suportar,
morri.
Depois disso, nunca mais pude ser a mesma pessoa.
A dor transforma, ninguém
passa ileso por ela. Talvez por esse motivo o nome TRANSFORMADOR, tenha a
dor como participante. Transforma, mas dói.
Deixei alguns sorrisos para trás.
Admiro
fotos antigas, antes de certos acontecimentos e penso que “aquela menina” com
sorriso largo e fácil, já não conheço mais.
Os fatos dolorosos a transformaram
de tal maneira que nunca mais sorriu daquele jeito inocente, espontâneo e sem
traumas. Note que o sorriso não sumiu, no entanto, transmutou. Hoje ele não é
tão fácil como antes, por outro lado, sempre que aparece é consciente.
A dor
amadurece, ensina e aconselha. Mas, sabe de uma coisa? Mesmo assim, prefiro
acreditar que amanhã vai ser melhor, ainda que não seja, sigo crendo que o
outro dia será sim um bom dia, que haverá mais sorrisos do que lágrimas em meu
rosto. Sem essa esperança, tudo parece mais duro.
Por esse motivo concluo:
mesmo em dia de dor, há flor.
Sigo acreditando que na beleza de um pôr do sol,
espontaneamente encontrarei aquela menina a sorrir, até que a dor não lhe traga
mais lembranças dos dias escuros que viveu.
Até o pôr do sol...
Ana Paixão
24/02/18
Comentários
Postar um comentário